Para possibilitar que, no futuro, pessoas com deficiências motoras possam ter ou recuperar habilidades como essa, pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram o projeto de pesquisa “Estudo do controle do membro superior fase 1 – desenvolvimento de um exoesqueleto robótico biomimético”. Financiado pela FAPESP, o projeto visa a estudar o controle motor do braço por meio de um dispositivo robótico que simula as funções do membro humano.
A partir da compreensão do controle motor de movimentos como ingerir alimentos, os cientistas pretendem desenvolver um exoesqueleto robótico – uma prótese com tecnologias robóticas – capaz de amplificar o movimento de pacientes que apresentam alguma contração muscular, mas que não conseguem fazer movimentos com o braço. Ou impor movimentos predefinidos a pessoas que não tenham nenhuma capacidade de contração muscular.
“O objetivo é desenvolver um exoesqueleto para aplicar movimentos similares ao de um braço humano em uma órtese”, disse o coordenador do projeto, Arturo Forner Cordero, do Laboratório de Biomecatrônica do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli, à Agência FAPESP. Órtese é um dispositivo externo aplicado ao corpo para modificar os aspectos funcionais ou estruturais do sistema neuromusculoesquelético.
Para testar o conceito, o grupo desenvolveu um protótipo de um exoesqueleto robótico de braço, capaz de aplicar força sobre o cotovelo. Nos próximos meses, pretendem produzir outro exoesqueleto que também seja capaz de aplicar movimentos sobre o ombro e pulso, para estudar o controle motor do braço.
Ao integrar o dispositivo a um sistema de eletromiografia (EMG) e outro de representação visual, os pesquisadores esperam obter informações sobre diferentes níveis de controle do sistema motor humano, como a modulação de reflexos e a integração de informações sensoriais. Esperam também, por meio de parcerias com centros de medicina e associações que lidam com a aplicação de órteses em deficientes físicos, desenvolver próteses capazes de reproduzir os movimentos do braço humano.
Nos anos 1990, a Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, iniciou a construção de exoesqueletos para aumentar as capacidades físicas dos soldados das Forças Armadas norte-americanas.
O Japão desenvolveu o HAL-5, um exoesqueleto de corpo inteiro projetado para que idosos e pessoas com deficiência motora caminhem, subam escadas e realizem atividades diárias. E, no início de 2006, foi iniciado na Europa o projeto Enhanced Sensory Bipedal Rehabilitation Robot (ESBiRRO), do qual Cordero participou, para o desenvolvimento de um robô bípede e um exoesqueleto de membro inferior com atuação no quadril.
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